sábado, 6 de dezembro de 2008

Isto Está Mau para Aqueles Lados...


Marco António Costa lançou uma dura crítica a Paulo Rangel afirmando que pediria de imediato a demissão se fosse presidente do grupo parlamentar do PSD.

O ataque do líder do PSD/Porto segue-se à ausência de 30 deputados sociais-democratas na votação da suspensão do modelo de avaliação de professores, o que impediu a aprovação da proposta do CDS-PP.
"Eu, se fosse presidente do grupo parlamentar demitia-me. Acho que a dignidade política me levaria a apresentar imediatamente a minha demissão", afirmou Marco António Costa, antigo vice-presidente da bancada do PSD em Paredes, onde compareceu a um jantar de à candidatura do presidente da câmara, Celso Ferreira. Para o actual presidente da Comissão Política Distrital do Porto, "30 ausências revela falta de autoridade da direcção do grupo parlamentar". "Grande embaraço no plano político-partidário", lamenta Marco António A gravidade da situação levou ainda ontem Manuela Ferreira Leite a chamar Paulo Rangel à sede do partido para prestar explicações acerca dos deputados que faltaram à votação. "Quis saber quem são os deputados que se ausentaram quando não se poderiam ter ausentado", explicou em declarações à Rádio Renascença a líder laranja, para quem a situação vivida esta sexta-feira no Parlamento é "inaceitável e não se pode tornar a repetir". "Nunca é admissível que os deputados faltem às suas obrigações e às suas responsabilidades", lançou Ferreira Leite. Apontando todas as baterias contra Paulo Rangel, Marco António Costa acaba de resto por ilibar a líder do partido. "Acho que o Dr. Paulo Rangel, por quem tenho até consideração pessoal e política e que é um homem digno, não deixará de retirar as suas ilações políticas deste gesto, a não ser que queira responsabilizar a líder do partido por esta situação", afirmou o dirigente do PSD/Porto, para sublinhar que "aqueles que combateram a política do PS, nomeadamente aquelas pessoas que apoiaram a luta dos professores, sentem-se hoje defraudados com o que se passou na Assembleia da República". "É um sinal muito grave que é dado ao país relativamente ao prestígio que o PSD tem de ter perante dos portugueses", afirma. Faltas do PSD inviabilizaram o projecto do CDS-PP, que tirou dúvidas com recontagem O projecto do grupo parlamentar do CDS-PP ia no sentido da suspensão e simplificação do actual modelo de avaliação dos professores, mas acabaria por abortar fruto das muitas ausências no Parlamento, ainda que contando com o voto rebelde de seis deputados do PS (Manuel Alegre, Teresa Portugal, Matilde Sousa Franco, Eugénia Alho, Júlia Caré e João Bernardo) que alinharam nesta matéria com a Oposição e uma abstenção ainda da bancada socialista (Odete João). Apesar de à fuga de meia dúzia de deputados PS se juntar ainda a ausência de 13 outros socialistas, uma maioria parlamentar provisoriamente reduzida a 101 foi suficiente para abortar as intenções da bancada popular e as pretensões de uma Oposição limitada a 74 votos, dadas as faltas registadas, 35 no total. Com o Parlamento a funcionar quase a meio gás, o CDS-PP pediu a recontagem de votos, com Jaime gama, presidente da Assembleia da República, a assim proceder fila a fila.

Paulo Alexandre Amaral, RTP

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