terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Segurança. Previsões de Pinto Monteiro são pessimistas

Em jeito de previsão às portas do novo ano, o procurador-geral da República, Pinto Monteiro, vaticina: a criminalidade violenta pode aumentar em 2009. Em entrevista àTVI, o titular da investigação criminal alertou para o facto de o novo ano poder trazer um aumento da criminalidade violenta. As razões? a conjugação de dois factores: desemprego e exclusão social. Nesta mesma entrevista, o procurador--geral da República manifesta a sua preocupação face a um tipo de crime específico: o económico- como a corrupção, branqueamento de capitais, desvio de fundos, fraude fiscal ou peculato - aquele que considera o mais difícil de combater. Ainda assim, Pinto Monteiro mostra-se esperançado que o Ministério Público obtenha melhores resultados ao longo do próximo ano. No dia 19 deste mês, o PGR alertou, na Assembleia da República, para a falta de preparação do Ministério Público para lidar com esta criminalidade económica e financeira. Por outro lado, prometeu igualmente resolver rapidamente o caso BPN, porque, disse, não gosta de megaprocessos. Falando perante os elementos da Comissão Parlamentar do Orçamento e Finanças, Pinto Monteiro afirmou que o Ministério Público "não está preparado nem especializado para lidar com este crime", devido à complexidade deste tipo de criminalidade, ao mesmo tempo que apelou a uma maior articulação entre o Ministério Público e as entidades de supervisão, nomeadamente, Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Instituto de Seguros de Portugal, para lidar com esta forma de crime. O PGR desafiou ainda os deputados a alterarem a lei, facilitando a colaboração entre o Ministério Público e os supervisores, e tornando-a mais estreita, de forma a que o sentimento de impunidade seja menor. Só nos primeiros seis meses de 2008, os dados relativos à criminalidade violenta - revelados no Relatório de Segurança Interna deste ano - apontam para um aumento de 10% face a igual período do ano anterior, sendo que é nos assaltos a bancos, carros e a postos de combustível que este aumento é mais notório. A criminalidade violenta e grave diminuiu 10,5% no ano passado relativamente a 2006, apesar de o carjacking ter subido 34%. Registou-se, assim, um decréscimo de 2587 crimes violentos e graves em 2007, quando comparado com 2006, enquanto o número de casos de carjaking (roubo violento de veículos na presença do condutor) subiu de 365 em 2006 para 488 no ano passado.

Dn

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