Partido começou por votar favoravelmente
Luís Filipe Menezes diz ter garantido a Cavaco que o PSD não aprovaria o Estatuto dos Açores
30.12.2008 - 11h17 LusaO ex-líder do PSD, Luís Filipe Menezes, revelou hoje à Lusa ter garantido a Cavaco Silva que o partido não aprovaria o Estatuto Político-Administrativo dos Açores e que Paulo Rangel foi encarregado da argumentação para sustentar essa posição.“Como líder do PSD, dei uma opinião cem por cento de acordo com o Presidente da República e disse [a Cavaco Silva] que o PSD nunca votaria favoravelmente o estatuto”, afirmou o ex-líder social-democrata.Nesse sentido, acrescentou que “foi encomendada ao deputado Paulo Rangel (actual líder parlamentar do PSD) a argumentação” para sustentar o voto contra do partido.“Saí da liderança do partido e, 15 dias depois de Manuela Ferreira Leite ter assumido a presidência do PSD, o partido votou favoravelmente o estatuto dos Açores”, salientou. Para Menezes, “é escusado [Manuela Ferreira Leite] vir agora com hipocrisias, dizendo que estava distraída”. “Era a sua posição, deve assumir”, frisou.“Uma situação inqualificável”Nas declarações que hoje prestou à Lusa, Luís Filipe Menezes considerou que o Presidente da República “tem muita razão”, considerando a questão do Estatuto Político-Administrativo dos Açores “uma situação inqualificável”.“A existência de uma blindagem para que as alterações ao estatuto apenas possam ser feitas com base numa iniciativa do parlamento regional é inaceitável na democracia portuguesa”, defendeu. Nesse sentido, admitiu que, se estivesse no lugar de Cavaco Silva, “talvez fosse mais longe na dureza da linguagem”.O Presidente da República, numa mensagem aos portugueses apresentada ontem à noite, considerou que o Estatuto Político-Administrativo dos Açores tem normas “absurdas”, é “um revés” para a “qualidade da democracia” e “afecta o normal funcionamento das instituições”.“O que está em causa é o superior interesse do Estado”, declarou Cavaco Silva, numa declaração lida no Palácio de Belém, onde também anunciou ter promulgado o diploma aprovada há dez dias por larga maioria no Parlamento, com a abstenção do PSD, depois do seu veto em Outubro.
Público
Se o PSD votou três vezes, e aceitou o seu sentido de voto, então afinal quem manda no partido? Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel, que grande tarpalhada para ali vai, ser o antigo líder a decidir o sentido de voto do partido?
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