Doze arguidos são apresentados hoje à tarde no Tribunal Central de Investigação Criminal
Mais de 300 “casamentos brancos” feitos em Conservatória de Gondomar
A Conservatória do Registo Civil de Gondomar terá efectuado num ano entre 300 e 400 casamentos brancos entre cidadãos de origem paquistanesa e mulheres portuguesas, para viabilizar a legalização de centenas de imigrantes.Os noivos muitas vezes conheciam-se no próprio dia da cerimónia e seria consumada pela responsável daquela conservatória, que hoje à tarde integra um grupo de 12 detidos apresentados pela Unidade Nacional Contra-Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária no Tribunal Central de Investigação Criminal, em Lisboa.Este expediente era destinado a facilitar o processo de legalização de imigrantes daquela país asiático, e as mulheres aliciadas para celebrarem casamentos de conveniência seriam de origem muito humilde, recebendo em troca entre 500 e 2500 euros. A consumação da boda dava ao “noivo” acesso a passaporte português e a inerente livre circulação no Espaço Scheghen.No inquérito aberto no Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) terão sido detectados indícios de que algumas portuguesas terão sido aliciadas para se deslocarem a países estrangeiros para participarem em “casamentos brancos”. E foi também verificado que em alguns casos os imigrantes ilegais paquistaneses se deslocavam a Gondomar provenientes de alguns países da Europa do Sul e também da Holanda e da Bélgica.Rede dirigida por paquistanesesA rede seria dirigida por indivíduos de nacionalidade paquistanesa e estaria dotada de capacidade para emitir documentos falsos, contratos de trabalho e documentos da segurança social, obtidos através de um funcionário deste departamento que estava colocado num serviço na zona de Lisboa.Os contratos de trabalho seriam assinados entre os imigrantes e várias empresas, umas fictícias e outras que terão sido adquiridas por cúmplices portugueses dos líderes da rede e que se encontravam em situação económica difícil.Nas buscas determinadas pelo juiz Carlos Alexandre, e que se prolongaram durante o dia de ontem, nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, foram confiscados documentos que reforçarão os indícios que levaram Helena Fazenda, procuradora da República do DCIAP, a emitir os 12 mandados de detenção. Associação criminosa para auxílio à imigração ilegal, corrupção e falsificação de documento são os crimes que a magistrada do Ministério Público imputa aos arguidos.
Arnaldo Mesquita-Público
Os passaportes portugueses que por vezes aparecem por aí, falsificados, ou muito me engano, ou
já sei daonde eles vêm, e depois as autoridades portuguesas ficam bastaste amofinads com estas fugas, não é de admirar, enquanto o SEF e outras autoridades de informações não estudarem a fundo estes "fenómenos" teremos sempre este regabofe.
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