Portugal impede sobrevoos de aviões para Israel
Portugal deu instruções para a não autorização de sobrevoos ou aterragens em aeroportos portugueses de aeronaves que transportem material contencioso para Israel enquanto se mantiver a operação militar em Gaza, segundo fontes do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Contactada hoje pela Agência Lusa, a porta-voz do MNE confirmou a informação, mas escusou-se a fazer comentários.
Segundo as fontes, a medida vem na sequência dos três apelos para um cessar-fogo na Faixa de Gaza feitos pelo ministro dos Negócios Estrangeiros português, Luís Amado, nas últimas três semanas e insere-se nos esforços internacionais para permitir um cessar-fogo duradouro entre Israel e o Hamas.
Esta informação surge também um dia depois da assinatura de um acordo bilateral entre as chefes das diplomacias de Israel e dos Estados Unidos, Tzipi Livni e Condoleezza Rice, destinado a dar garantias a Israel do não rearmamento do Hamas, movimento radical que controla a Faixa de Gaza desde Junho de 2007.
Apesar das múltiplas iniciativas da comunidade internacional, designadamente da União Europeia e das Nações Unidas, para a obtenção de um cessar-fogo em Gaza, a operação militar israelita lançada a 27 de Dezembro mantém-se e nos últimos dias intensificou-se.
O mais recente balanço de vítimas da ofensiva israelita regista 1.160 mortos e cerca de cinco milhares de feridos, entre os quais 370 crianças e 85 mulheres.
Na madrugada de hoje, uma mulher e uma criança foram mortas num bombardeamento israelita a uma escola gerida pelas Nações Unidas em Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza, onde civis que fogem dos combates encontraram refúgio, segundo fontes médicas e testemunhas.
Fontes israelitas indicaram a possibilidade de Israel decretar hoje um cessar-fogo unilateral, mas o representante do Hamas em Beirute, Osama Abu Hamdan, advertiu que os confrontos «continuarão» mesmo que isso aconteça.
«Este (eventual) cessar-fogo unilateral não prevê a retirada do Exército israelita, que enquanto permanecer em Gaza enfrentará resistência e a confrontação», disse Hamdan.
Diário Digital / Lusa
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