A distrital de Lisboa do PSD recomendou aos deputados municipais que viabilizem terça-feira, abstendo-se, o orçamento da Câmara da capital para 2009, disse à Lusa o líder daquela estrutura social-democrata, Carlos Carreiras.
"O doutor António Costa o que mais queria era que o PSD lhe chumbasse o orçamento para se poder desculpar das suas incapacidades e incompetências", defendeu o presidente da distrital social-democrata.
O orçamento da autarquia lisboeta para 2009, de 643 milhões de euros, foi aprovado em reunião do executivo municipal em Dezembro com o voto contra dos vereadores sociais-democratas, o que indiciou um possível chumbo na Assembleia Municipal, onde o PSD está em maioria absoluta.
Carlos Carreiras revelou que a distrital elaborou uma recomendação à bancada do PSD na Assembleia Municipal para que os deputados se abstenham e reafirmem as críticas ao orçamento que o dirigente social-democrata considera "tecnicamente errado", "demagógico e eleitoralista", que "agravará a situação económico-financeira da cidade".
Contactado pela Lusa, o líder da bancada do PSD, Saldanha Serra, escusou-se a avançar o sentido de voto dos deputados, alegando que o grupo municipal ainda vai reunir-se antes do plenário da Assembleia para concertar uma posição final.
O líder da distrital contesta o orçamento, que, defende, assenta num "aumento brutal de receitas", nomeadamente Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) e Imposto Municipal sobre Transacções (IMT), bem como da participação em empresas municipais.
Carlos Carreiras sublinhou igualmente que o orçamento "aumenta as despesas", embora, refira, apenas 30 por cento seja um aumento de despesas de investimento e os restantes 70 por cento sejam despesas correntes.
"Vão cumprir as despesas porque é um ano eleitoral, o que vai agravar a situação financeira da Câmara", afirmou, considerando que desde que o actual executivo tomou posse "a situação financeira está pior ou igual".
Carlos Carreiras contesta os números do pagamento da dívida da autarquia que foram divulgados pelo presidente da Câmara, segundo os quais a autarquia já tinha pago 180 milhões de euros de dívidas.
"Esses 180 milhões são contratos de `factoring` com grandes credores, muito mais caros que um contrato de funcionamento. O doutor António Costa diz que já pagou 180 milhões de euros de dívidas, mas não pagou nada", argumentou.
O líder da distrital insistiu que a situação financeira do município "não decorre da gestão PSD, o PSD já a recebeu e minorou-a".
Durante o mandato de Pedro Santana Lopes, candidato social-democrata às eleições autárquicas, os partidos de esquerda na Assembleia Municipal chumbaram um orçamento, vendo-se o então presidente de Câmara obrigado a governar com duodécimos.
Lusa
Primeiro. o PSD ameaçou a inviblização do orçamento camarário, agora deu uma de trezentos e sessenta graus.Só demontra a demagogia que reina por ali. Até aposto que esta mudança de posição já tem a mão de Pedro Santana Lopes, o demagogo-mor da politica nacional.
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