sábado, 13 de junho de 2009

Mão na Mão.


Estava eu hoje no meu café preferido a ler o jornal, quando de repente sentam-se duas raparigas, pedem um café e sconnes, chamou-me mais à atenção porque em vez de estarem sentadas de frente uma para outra, como supostamente é normal num sítio como aquele, disposeram-se lado a lado, e num olhar misto de cumplicidade e amor, sem alaridos ou exibicionismos de qualquer espécie, dão as mãos e lá ficam a as duas a palrar, e a rirem-se que nem umas perdidas da noitada do dia anterior, disse eu cá para mim : sim senhor, é preciso ter coragem, nesta sociedade cheia de hipocrísia e preconceitos em relação à relação entre pessoas do mesmo sexo, estas duas criaturas têm a coragem de se assumirem à frente de toda gente infelizmente não é para todos , é preciso ter classe e, então no café que é dos mais conservadores da cidade. De facto, o amor, pode e deve ser exercido por quem dele mais precisa, independentemente do género, conheço vários casais assim, mas que não têm a coragem destas duas raparigas, tiro-lhes o meu chapéu. Boa, meninas.
Elogio estas duas raparigas pela sua coragem, se tivesse feito a escolha que elas fizeram para a sua vida pessoal e sexual, não sei se teria a mesma coragem, é uma questão de educação de uma geração como a minha, em que um homem para ser homem numa espécie de ritual de iniciação ou transição para a idade adulta tinha que ir com o pai às "meninas" ainda bem que o meu pai era um homem sensato e respeitador da personalidade do filho.

1 comentário:

Only Words disse...

ergela, só uma pequena observação, não se trata de escolha, mas sim de orientação. A verdade é que não se escolhe gostar de homens ou mulheres, é algo inato. Gostei do episódio que relataste. Realmente há cada vez mais casais que vivem sem preconceitos. E assim é que deve de ser. Dá-me náuseas o julgamento alheio de quem não sabe o valor do amor. Beijoo