domingo, 20 de setembro de 2009

Um assessor do PR que quer brilhar.


Provedor do Público diz que sua correspondência electrónica foi «vasculhada».

O provedor do leitor do Público denunciou hoje que a sua correspondência electrónica foi «vasculhada sem aviso prévio» e questiona se a actuação do diário no caso das escutas de Belém não obedece a uma agenda política oculta
«Na sexta-feira, o provedor tomou conhecimento de que a sua correspondência electrónica, assim como a de jornalistas deste diário, fora vasculhada sem aviso prévio pelos responsáveis do Público», escreve Joaquim Vieira na edição de hoje do jornal.
Segundo o provedor, aqueles responsáveis procederam à detecção de envios e reenvios de e-mails entre membros da equipa do jornal (e presume-se também de e para o exterior), acrescentando que conviria que a asfixia democrática de que «se fala (…) não se traduzisse numa caça às bruxas no Público que sempre foi conhecido como um espaço de liberdade».
No habitual artigo de uma página, Joaquim Vieira questiona se todo o caso relacionado com uma eventual escuta da Presidência da República pelo governo, que o jornal avançou em Agosto passado, não tem por base «uma agenda política oculta».
«Do comportamento do Público, o provedor conclui que resultou uma atitude objectiva de protecção da Presidência da República, fonte das notícias (…) E isto (…) leva à questão mais preocupante, que não pode deixar de se colocar: haverá uma agenda política oculta na actuação deste jornal?», pergunta Joaquim Vieira.
Contactado pela Agência Lusa, o director do Público recusou comentar estas afirmações.
«Nunca comentei publicamente, para garantir o seu estatuto de independência, nenhum artigo de nenhum provedor. Não abro excepções», disse.
Na sexta-feira, o Diário de Notícias (DN) noticiou que o assessor do Presidente da República Fernando Lima foi a fonte do diário Público nas notícias que sucederam à sua manchete de 18 de Agosto, já em pré-campanha eleitoral, segundo a qual Cavaco Silva suspeitava estar a ser espiado pelo Governo liderado por José Sócrates.
Essa suspeita foi formulada a propósito de críticas do PS à alegada participação de assessores de Cavaco Silva na elaboração do programa eleitoral do PSD.
Na sequência desta manchete o Público noticiou no dia seguinte que as alegadas suspeitas de Cavaco Silva quanto a uma vigilância do Governo remontavam à visita do Presidente à Madeira em 2008, na qual teria sido observado um comportamento suspeito por parte de um assessor governamental, Rui Paulo Figueiredo.
Na sexta-feira, o DN publicou uma alegada mensagem de correio electrónico entre Luciano Alvarez e o correspondente da Madeira, Tolentino de Nóbrega, com instruções para seguir pistas fornecidas por Fernando Lima quanto a essa suspeita, supostamente por ordem directa de Cavaco Silva.
O director do Público, José Manuel Fernandes, depois de, numa primeira reacção, ter envolvido a «secreta» portuguesa numa alegada violação da correspondência entre os dois jornalistas, revelou na SIC Notícias não haver «nenhum indício que tenha havido violação externa» das mensagens electrónicas.

Lusa / SOL

Isto parece-me claramente uma novela de baixa qualidade, e se realmente aconteceu, pode-se pôr em dúvida, que não haja só um excesso de zelo de um assessor do PR, para mostrar serviço ao "chefe" e o silêncio de Belém está a ser ensurdecedor, não basta prometer que depois das eleições irá investigar a "segurança" de Belém, de boas intenções está o mundo cheio. Usar um jornal e um jornalista para o" fabrico" de uma notícia para prejudicar a imagem do 1º ministro, usando um "bode espiatório", para que a conspiração fosse mais credível ao olhos da opinião pública, sendo que este jornal tem sido usado para deitar lama na imagem de 1º ministro.E já agora isto todo é bom lembrar, aonde começou, na Madeira de Alberto João, pois claro, está todo dito. Uma certeza tenho, já passamos à ingenuidade da política de 74 e 75 é verdade, agora na política para mal do seu prestígio, vale todo, desde que o "chefe" se sinta incomodado, logo os cachorros fazem o possível para o contentar, desde que isso ajude o seu partido, para que não tenha um resultado pior do que há 4 anos.

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