quarta-feira, 7 de outubro de 2009

A ditadura dos "baixinhos"




Um dia destes, vão ser os paizinhos a ir parar ao hospital com um pontapé e um murro das criancinhas no olhos esquerdo.

Criancinhas


A criancinha quer Playstation. A gente dá.
A criancinha quer estrangular o gato. A gente deixa.
A criancinha berra porque não quer comer a sopa.
A gente elimina-a da ementa e acaba tudo em
festim de chocolate.
A criancinha quer bife e batatas fritas. Hambúrgueres muitos. Pizzas, umas tantas. Coca-Colas, às litradas.
A gente olha para o lado e ela incha.
A criancinha quer camisola adidas e ténis nike.
A gente dá porque a criancinha tem tanto direito
como os colegas da escola e é perigoso ser diferente.
A criancinha quer ficar a ver televisão até tarde. A gente senta-a ao nosso lado no sofá e passa-lhe o comando.
A criancinha desata num berreiro no restaurante. A gente faz de conta e o berreiro continua.
Entretanto, a criancinha cresce. Faz-se projecto de homem ou mulher.
Desperta.
É então que a criancinha, já mais crescida, começa a pedir mesada, semanada, diária. E gasta metade do orçamento familiar em saídas, roupa da moda, jantares e bares.
A criancinha já estuda. Às vezes passa de ano, outras nem por isso. Mas não se pode pressioná-la porque ela já tem uma vida stressante, de convívio em convívio e de noitada em noitada.
A criancinha cresce a ver Morangos com Açúcar, cheia de pinta e tal, e torna-se mais exigente com os papás. Agora, já não lhe basta que eles estejam por perto. Convém que se comecem a chegar à
frente na mota, no popó e numas férias à maneira.



Miguel Carvalho – Visão.

3 comentários:

Pi disse...

Eu não posso abrir muito a boca pois não sei como serei como mãe, nem que espécie de filho irei ter. Tudo depende do pai, pois caso fosse só filho da mãe ia sair muito bom filho, mas como para isto são precisos mais genes, logo se verá no que dará a mistura.
De qualquer forma, fui uma criancinha muito birrenta e teimosa, mas a mamã e o papá meteram-me sempre rédea curta. Aos 3 anos já dizia que um dia fugia de casa. Dito e feito. Fugi mesmo, mas as pernas dos adultos eram mais compridas que as minhas. Depois de correrem toda a avenida atrás de mim, a pirralha lá levou uns açoites e nunca mais repetiu.
No meu ideal de educação de uma criança, tudo depende do feitio da criança. Há crianças a quem podemos dar muito, há outras que quanto menos melhor. Há crianças que já de si nascem com uma disciplina e sentido de responsabilidade incomuns. Conheço um miúdo de 7 anos, que é ele próprio que faz os seus castigos quando faz algo de mal. É engraçado. =)
P.S.: Ali o teu contador já bate certo "blablabla Santo André, Setúbal arrived from Vírgula Voadora blablablabla"

Beijinhos!

ergela disse...

Eras fresca eras??

:)Um beijão.

ASA disse...

As criancinhas ó são assim quando os paizinhos deixam, quandor os deixam fazer e ter tudo para compensar as ausencias e falta de paciência.