domingo, 28 de março de 2010

Desertificação Galopante.



Torna-se confrangedor a desertificação de ano para ano que se assiste na minha aldeia na Serra da Estrela. É profundamente desolador para quem foi criado naquela aldeia assistir de ano para ano o nivél de abandono que esta se encontra. Ontem enquanto passeava por aquelas "quelhas" (é assim que lá se dá o nome às vielas e rua esconsas) daquele paraíso ainda aqui e ali salpicado de xisto negro. Ontem da "sociedade" (lugar de reunião para jogar às cartas e ver televisão (ontem especialmente aquecida com uma lareira, pois o frio era mais que muito) não estavam mais de 15 pessoas, com jovens incluídos.
Os jovens partem para outras partes à procura ou de mais e melhor educação (Covilhã; Seia etc.), segundo um estudo de um familiar meu (reformado) não existem mais de 50 famílias com mais de 65 anos, porque os novos à muito que embarcaram na onda da emigração tanto para a Europa, ou para o litoral, a pouca industria de lanifícios que havia acabou, por via, da globalização com produtos vindos dos habituais países de mão de obra mais que barata. O que resta? O comércio mesmo nas cidades de Seia e Covilhã recente-se da falta do poder de compra dos nacionais e sobretudo dos estrangeiros, o que resta para estancar esta sangria de gente nova ? A aposta em polos universitários (Covilhã) que atraía mais gente nova, para a criação de nesses polos de centros de investigação de excelência aproveitando a experiência de séculos na área dos lanifícios e outras tecnologias, mas rápidamente e em força(salvo seja !) , não podemos esperar mais, decerto que não será os idosos, a maioria na minha aldeia e nas outras pela aquela Serra a fora que irão impedir o autêntico deserto em que está ser transformado todo o interior do país.

1 comentário:

maria teresa disse...

São as grandes assimetrias e é pena, o interior do nosso país é tão lindo...
Abracinho